Laser Íntimo e Vaginal

O raio laser é formado por partículas de luz (fótons) concentradas e emitidas em forma de um feixe contínuo. O LASER ou “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation” tem como propriedades a coerência, luz monocromática, colimação e não divergência. 
O laser íntimo tem diversas aplicações na ginecologia. Sua propriedade de causar uma biomodulação tecidual, assim como a possibilidade de ablação e corte são utilizados para recuperação funcional no tratamento de atrofia, incontinência urinária leve, cirurgias de cistos de Bartholin, tratamento de verrugas genitais, ninfoplastia entre outros.

Tipos de Laser

Os lasers utilizados na dermatologia e ginecologia são os chamados lasers ablativos. Eles têm como cromóforo alvo a água, ou seja, afinidade pela água. Assim causam vaporização intra e extracelular, induzindo a retração, remodelação e formação de novas fibras de colágeno. 
Atualmente, os lasers também podem ser utilizados de forma fracionada ou micro ablativas, na qual frações da pele são submetidas aos feixes de luz por vez, diminuindo os danos térmicos e promovendo uma recuperação tecidual mais rápida.
Laser de Co2 (Monalisa) – O laser de CO2 tem grau de penetração óptica de 50 micrômetros, ou seja, seu raio tem capacidade de ir a essa profundidade e atingir a epiderme e derme. Entretanto, seu dano térmico pode variar de 50-150 micrômetros.
 O raio de laser absorvido, vaporiza a água intracelular fazendo efeito de ablação. O laser de CO2 consegue tratar até extensas áreas de lesões com altas taxas de cura e baixas complicações. 
Por alcançar profundidades da derme, o uso do laser íntimo na vulva é doloroso, devendo a área ser anestesiada antes do procedimento. Na vagina, não há a necessidade de anestesia. 
Laser Erbium YAG (Fotona) – os estudos com o laser de Erbium se iniciaram no início da década de 2000, como uma alternativa para reduzir os efeitos danosos causados pelo laser CO2. O Erbium também tem afinidade pela água e tem uma absorção por ela dez vezes maior que o laser de CO2. O grau de penetração óptica fica entre 10-20 micrômetros, atingindo camadas mais superficiais da epiderme e, por isso, causando menos dano térmico. 

Tratamento para Atrofia Vaginal

A menopausa é marcada pela diminuição da produção de estrogênio no organismo feminino. Uma das consequências do hipoestrogenismo é a atrofia do epitélio da vulva e vagina. Ocorre uma queda na produção de colágenos tipo 1 e 3, diminuição da vascularização e consequente afinamento da pele e mucosa. A essa atrofia e suas consequências damos o nome de síndrome genitourinária da menopausa (SGUM).
A SGUM é marcada por sintomas como ressecamento, irritação, desconforto para urinar, incontinência urinária. À atrofia, deve ser dada a devida relevância como desencadeadora de disfunções e prejuízo na qualidade da vida sexual da mulher.
O tratamento padrão para a SGUM é a terapia hormonal tópica, através de cremes vaginais hormonais. Novas tecnologias, como o laser e a radiofrequência surgem como possibilidades de tratamento.
O uso da laserterapia vaginal para o tratamento de atrofia vaginal e genital pode ser realizado de forma exclusiva ou concomitante ao tratamento hormonal tópico. O tratamento com laser se dá através de 2-3 sessões, com intervalo de 30-60 dias e o efeito costuma durar cerca de 12 meses. Dessa forma a adesão da mulher ao tratamento se torna mais fácil, pois não depende do uso diário, como é feito com o creme.
O laser íntimo ganha grande indicação em mulheres com contraindicação para uso de hormônios tópicos, como no câncer de mama.

Rejuvenescimento Íntimo Feminino

As propriedades do laser para rejuvenescimento da pele têm sido usadas desde o século passado. Mais recentemente essas técnicas vêm sendo aplicadas também na região íntima feminina.
A ablação e efeito térmico do laser é capaz de ativar proteínas chamadas Heat Shock Protein nos fibroblastos, estimulando a síntese de colágeno e promovendo regeneração da parede vaginal e da pele da vulva às condições metabólicas pré-menopausas.
Pode ser indicado na ginecologia em casos de atrofia vaginal, atrofia vulvar, clareamento vulvar.

Tratamento para Cistos de Bartholin

As glândulas de Bartholin se localizam no vestíbulo vulvar, próximo à entrada da vagina, uma de cada lado, e são responsáveis pela produção de muco que ajuda na lubrificação genital. Por vezes, o ducto por onde sai esse muco é obstruído, levando a um acúmulo dentro da glândula e formando um cisto. Quando esse cisto infecta, causa uma inflamação e dor local, sendo chamado de Bartholinite.
Não é incomum os cistos de Bartholin crescerem até o tamanho de 5-6cm. Isso gera um grande desconforto e dor para a mulher, dificultando para caminhar, sentar-se e até no uso de roupas.
O tratamento com laser de CO2 ou laser Erbium YAG através da propriedade de corte permite que seja feita uma abertura no cisto para a drenagem desse muco acumulado e cauterização da capsula do cisto. É deixado um pequeno orifício aberto, permitindo que o muco produzido saia por ele e não se acumule novamente formando cisto.

Tratamento para Verrugas Genitais

Verrugas genitais podem surgir em qualquer parte íntima, como na vulva, virilha, grandes e pequenos lábios, próximo ao ânus. Várias são as causas de verrugas genitais: pólipos fibroepiteliais, ceratose seborreica, grânulos de Fordyce, HPV, entre outros.
O uso de laser de CO2 ou laser Erbium YAG promovem a ablação, ou seja, a destruição do tecido verrucoso. O laser é formado por partículas de luz emitidas em forma de feixe e seu efeito térmico no tecido tem efeito preciso, causando mínimo dano tecidual adjacente. Pela sua precisão também é possível obter uma profundidade adequada para tratar apenas a lesão, proporcionando uma melhor cicatrização e melhor efeito estético após o procedimento.
Após o procedimento é importante manter o cuidado de higiene vulvar com soluções bactericidas para prevenir infecção superficial.

Laser Íntimo: Efeitos Colaterais

Na vulva, o laser costuma causar vermelhidão logo após a sessão. Compressas geladas ajudam a aliviar o processo. 
Na vagina, o laser costuma causar calor apenas durante a sessão. É aconselhável o uso de cremes hidratantes após.
No caso do laser de CO2, quando utilizado para ablação da pele pode causar áreas de cicatrizes hipocrômicas, ou seja, esbranquiçadas no local. Esse efeito é mais acentuado em lesões extensas e profundas.
Não parecer haver alteração do microbioma vaginal com o uso do laser, portanto ele não deve ser indicado para tratamento de infecções como candidíase ou vaginose bacteriana.

O uso do laser íntimo na ginecologia vem ganhando muito espaço e tem sido um aliado na melhora da atrofia genital feminina. Os valores do laser íntimo irão depender do tipo de laser utilizado, da técnica e da área onda será realizado.

Para saber mais informações sobre o laser íntimo e valores, agende uma consulta com a Dra. Carolina Lemos, especialista em Ginecologia e Obstetrícia em São Paulo – SP.